Disparador “Mover-se”
- educacaomoverse
- 23 de jan. de 2023
- 2 min de leitura
Atualizado: 6 de fev. de 2023
| Roberto Gimenez |
Vivemos uma crise mundial sem precedentes e, ao mesmo tempo, sem prognósticos ocasionada pela COVID 19. Em que pese considerar este cenário de incerteza, é possível inferir que a sociedade e, mais especificamente, o comportamento humano não serão os mesmos. Discute-se o “novo normal” ou mesmo, o que poderia ser denominado “normal”.
Embora o legado desta crise, bem como, a magnitude de seus impactos possam ser considerados incertos e têm sido alvo de debate, a partir da perspectiva social, econômica, sanitária, cultural e educacional, sem sombra de dúvidas, ele imporá uma série de desafios às instituições escolares.
Uma das principais dificuldades toca numa das funções sociais da escola, a dimensão da sociabilização. A condição de distanciamento poderá servir ao propósito de encaminhar outras formas de convivência e relações. Assim, o já conturbado e paradoxal contexto das relações humanas, marcado pelos aparelhos e mídias, os quais distanciam quem está perto e aproximam quem está longe, pode apresentar outros contornos inimagináveis sobre o papel exercido pelas escolas e, consequentemente, pelos professores.
Um dos pressupostos é o de que esta dificuldade poderia se tornar ainda maior ao se levar em consideração a organização escolar. A instituição escolar que, a priori, teria sido criada para atender pequenos grupos, em face da necessidade de ampliar o seu alcance por parte de grupos maiores da população, enrijeceu os seus meios. Um dos impactos pode ser percebido a partir da análise da organização Tayloriana e industrial que marcam a escola.
Embora esta forma de trabalho contribua efetivamente para a racionalização de esforços e de mão de obra, ela cria uma dificuldade muito grande de adaptação às mudanças sociais. Não raro, que algumas instituições religiosas bem como, as escolas, estejam entre as organizações consideradas mais resistentes à emergência do novo. Parece contraditório mas, o espaço, a priori criado para ensinar e, portanto, voltado à aprendizagem, resiste à mudança.
Reconhecidamente, uma das áreas que merece um olhar mais detalhado, corresponde à Educação Física. Além de corresponder a um componente curricular questionado a partir de sua identidade, ou por apresentar várias identidades, sofre diante da ausência de legitimidade entre os diferentes atores das instituições escolares, tais como, diretores, coordenadores e professores de outras áreas. Ao mesmo tempo, sobretudo entre as famílias, parece desfrutar de um status de elemento obrigatório. Controversa a situação, ela assume contornos dogmáticos, marcados pelo quadro de que não pode deixar de existir, contudo, não se sabe para que serve, ou então, não se consegue defender substancialmente os seus propósitos.
Em meio a este cenário, esta área sangra diante das incertezas e aposta na reorientação dos projetos escolares para assumir um espaço diferente e com “maior status”.







